Depois da tempestade que
lhe abatera, assentou-se sobre as sobras, na tentativa de preservar os restos.
A devastação das suas estruturas roubou-lhe a coragem. Pensou que o melhor a
fazer seria recolher-se, sair de circulação e trancar-se por dentro. Tornou-se
súdito do medo. Até que um dia percebeu a insistência do sol que teimosamente
tentava entrar por um canto da janela, lacrada por pesadas cortinas que
bloqueavam a luz.
A cena fez compreender a
metáfora da sua alma, num ímpeto abriu as cortinas e deixou que o sol inundasse
o interior do quarto. O gesto lhe devolveu o ânimo, as “cortinas” do seu ser
foram abertas e a luz que em todo tempo esteve do lado de fora querendo entrar
não encontrou mais resistência e desfez a escuridão. Destemido, liberto de si
mesmo, girou a chave, destrancou a porta e saiu da clausura, recuperou o
sorriso e voltou a viver.
1 comentários:
Há sempre uma decisão que não pode ser adiada.
Postar um comentário