segunda-feira, 11 de novembro de 2013

De Volta à Vida

Depois da tempestade que lhe abatera, assentou-se sobre as sobras, na tentativa de preservar os restos. A devastação das suas estruturas roubou-lhe a coragem. Pensou que o melhor a fazer seria recolher-se, sair de circulação e trancar-se por dentro. Tornou-se súdito do medo. Até que um dia percebeu a insistência do sol que teimosamente tentava entrar por um canto da janela, lacrada por pesadas cortinas que bloqueavam a luz.

A cena fez compreender a metáfora da sua alma, num ímpeto abriu as cortinas e deixou que o sol inundasse o interior do quarto. O gesto lhe devolveu o ânimo, as “cortinas” do seu ser foram abertas e a luz que em todo tempo esteve do lado de fora querendo entrar não encontrou mais resistência e desfez a escuridão. Destemido, liberto de si mesmo, girou a chave, destrancou a porta e saiu da clausura, recuperou o sorriso e voltou a viver. 

1 comentários:

Toninho disse...

Há sempre uma decisão que não pode ser adiada.

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